Nunca entendi o real motivo disso, mas a tendência é eu escrever quando estou melancólica, começo a questionar coisas da vida ou, simplesmente, acordo com uma inspiração do além. Por inspiração, entenda: alguém, um acontecimento, um dia mais gelado, qualquer coisa.
Hoje é um daqueles dias em que parei pra pensar.
Tem hora que eu me preocupo tanto com os outros, com o que eles pensam, com o que esperam de mim, que esqueço de existir.
E aí percebi que passei nada menos que a vida inteira buscando aceitação. Aceitação dos pais, dos amigos, dos professores e, mais tarde, dos chefes, dos diretores e até de quem eu nem conheço, enquanto ando na rua, por exemplo.
A questão é a seguinte: quanto mais a gente olha pra fora, menos olha pra si mesmo e, consequentemente, menos vive de verdade uma vida é única e exclusivamente nossa.
Admiro um tanto as pessoas que se expressam como bem entendem, seja na maneira de se vestir, de falar, de viver e ignoram toda e qualquer crítica superficial de quem as julga.
Eu, Ana, não sei ser assim.
Mas eu gostaria. Ah, e como!
Basta um olhar torto de alguém no trem para eu me sentir reprimida.
Basta uma crítica mais dura para eu perder a fé em mim.
Às vezes até me esqueço que quem cuida de mim, da minha vida e dos meus planos a curto e longo prazo sou eu, só eu.
O exercício daqui pra frente é me importar menos, viver mais e do jeito que eu quiser e achar melhor pra mim.
Até porque agradar os outros não é algo que consta no meu job discription e a opinião dos outros não paga minhas contas.