terça-feira, 29 de julho de 2014

Ou você agrada os outros ou vive.

Nunca entendi o real motivo disso, mas a tendência é eu escrever quando estou melancólica, começo a questionar coisas da vida ou, simplesmente, acordo com uma inspiração do além. Por inspiração, entenda: alguém, um acontecimento, um dia mais gelado, qualquer coisa.

Hoje é um daqueles dias em que parei pra pensar.

Tem hora que eu me preocupo tanto com os outros, com o que eles pensam, com o que esperam de mim, que esqueço de existir. 

E aí percebi que passei nada menos que a vida inteira buscando aceitação. Aceitação dos pais, dos amigos, dos professores e, mais tarde, dos chefes, dos diretores e até de quem eu nem conheço, enquanto ando na rua, por exemplo.

A questão é a seguinte: quanto mais a gente olha pra fora, menos olha pra si mesmo e, consequentemente, menos vive de verdade uma vida é única e exclusivamente nossa.

Admiro um tanto as pessoas que se expressam como bem entendem, seja na maneira de se vestir, de falar, de viver e ignoram toda e qualquer crítica superficial de quem as julga.

Eu, Ana, não sei ser assim.
Mas eu gostaria. Ah, e como!

Basta um olhar torto de alguém no trem para eu me sentir reprimida.
Basta uma crítica mais dura para eu perder a fé em mim.

Às vezes até me esqueço que quem cuida de mim, da minha vida e dos meus planos a curto e longo prazo sou eu, só eu.

O exercício daqui pra frente é me importar menos, viver mais e do jeito que eu quiser e achar melhor pra mim.

Até porque agradar os outros não é algo que consta no meu job discription e a opinião dos outros não paga minhas contas.



terça-feira, 12 de março de 2013

Helvetica, 14


Escrever e não mandar um dia fez sentido. Ou talvez eu tenha criado um sentido que não existia só pra me convencer de que era a coisa certa a se fazer. Mas dessa vez não vai rolar guardar isso pra mim. Eu aprendi que a sinceridade é sempre a melhor saída e que enganar a si mesmo nunca funciona, sempre dá merda no final.
Esses dias me fizeram pensar. E olha só, seus posts reflexivos também surtiram efeito por aqui.

Aí eu me peguei várias vezes com a cabeça na lua. Talvez nem tão longe, vai… tudo que vinha à minha mente eram os momentos vividos há uns 4 anos ou mais.
Difícil explicar, porque tá tudo muito bagunçado. Parece meu quarto numa segunda-feira de manhã.

Tanto tempo se passou, tantas lições, tantas pessoas novas, tantos caminhos trilhados. E daí? E daí que sua memória continua intacta. E, honestamente, as lembranças ruins quase não têm mais importância já que, sempre que lembro de você, aparece um sorriso, por mais discreto que seja.

Se quer saber, eu prefiro assim. Odeio sentir ódio e remoer dores passadas.

Pra mim você se resume a uma palavra: intensidade.
Intensidade no amar, no viver, no "construir coisas", no sonhar. Foi com você que aprendi o valor de ser intenso em tudo que se faz.

Errei? Demais. Imaturidade, falta de vivência, pode chamar do que quiser. A sensação é de que éramos duas crianças tentando acertar, fazer dar certo. Mas não deu. Acabou.
Mas algo muito, muito forte me traz você no pensamento. Seja em reflexões que faço no dia a dia ou situações em que me vejo facilmente com você, conversando sobre. Não é estranho? Pra mim é.

De novo, é difícil colocar essas sensações num texto. Talvez você esteja com um grande ponto de interrogação na cabeça sem entender nada disso aqui. Mas é isso. É essa confusão toda que eu tô sentindo agora. Eu digo agora, mas não é de ontem pra hoje.
Entre uma ~aparição~ e outra, eu pensava, eu lembrava, eu encasquetava, eu perdia o sono. Eu ainda perco.

Músicas que lembram você, cheiros que me fazem sentir sua falta, assuntos que você adoraria discutir comigo, coisas que eu queria compartilhar. Uma vida inteira baseada no “eu queria…”

E queria mesmo, porque faz falta.
Eu conheci pessoas legais, eu tentei. Ninguém nunca me completou, só você conseguiu isso um dia e, sinceramente, eu não entendo como e nem por que.

A única coisa que eu sei é que não dá pra consertar o passado, que não somos capazes de prever o futuro. Que as pessoas têm o direito de saber o quanto são importantes pra nós, uma vez que tudo pode mudar de repente. “Não se sabe o dia de amanhã.”

E, já que se tem a oportunidade, por que não dizer? Eu queria mesmo que você soubesse disso. Que você significou e significa muito pra mim.

"Mas se for pra falar de algo bom, eu sempre vou lembrar de você..."






quarta-feira, 6 de março de 2013

Vida de formada!?

Ontem fui ao treino do BF (Basquete Feminino) na Cásper e, às 20h23, me deparei com uma bixete visivelmente desesperada no elevador. Estávamos só nos duas subindo para o 5º andar e ela soltou: MEU DEUS, QUE VONTADE DE FAZER XIXIIIIIIIIIIII. Quando chegamos ao  destino, eu falei: corre, tem um banheiro logo ali! Ao que ela me respondeu: Não posso, preciso chegar a tempo para a aula, senão perco a chamada. Olhei pra ela e falei: vai lá fazer xixi, cara! A chamada pode esperar...
Ela sorriu e perguntou: De que ano você é?
Titubeei: Quart...sou formada, me formei há uma semana.
Ela olhou admirada e nos despedimos.


É estranho pensar que, até pouco tempo atrás, era eu que entrava na Paulista, 900 pela primeira vez. Eu era uma daquelas meninas curiosas que, tímidas, iam desbravando aos poucos cada andar daquele prédio antigo que mais parecia um labirinto.


Foram 4 anos intensos, milhões de histórias inesquecíveis, aulas chatas, aulas incríveis, muita gente que veio e que foi, pessoas absolutamente marcantes. E aí que semana passada eu peguei meu canudo e agora sou oficialmente uma comunicóloga formada pela Faculdade Cásper Líbero.

A sensação é uma mistura de nostalgia com dever cumprido, não sei explicar ao certo. A verdade é que a Nanna que entrou na vida acadêmica em 2009 não é a mesma que saiu. Graças aos aprendizados, aos tombos e aos problemas que só a Cásper pôde me proporcionar.

Podem falar o que for, afinal, sempre tem um forever alone ou um sem coração que não entende, mas é difícil aceitar o fim. E é por essas e outras que eu sou Cásper e SEMPRE vou ser. Continuar treinando? Claro. Esse time é o bem mais precioso que ficou e dificilmente será abandonado. Esteja eu em quadra ou não.


Cásper é coração e isso a gente leva pra vida toda.
Sou formada, muita coisa mudou e ainda vai mudar, mas ser casperiana não é algo passageiro, é permanente.

"Por isso vou te entregar, Cásper, meu coração
Eu te sigo a toda parte para te ver campeão."

domingo, 14 de outubro de 2012

A vida não é uma lousa e o tempo não é um apagador.

As lembranças ruins e os maus sentimentos eram tão mais fortes antes. Quero dizer, lembrar de você me dava asco. 

De longe os dois anos com você foram os mais intensos e [de certa forma] insanos da minha vida, isso é inegável. E embora eu tenha tentado e seguido mil conselhos sobre o tempo e blá blá blá, quase nada foi esquecido.

Agora eu fico me perguntando por qual motivo o sentimento feio passou, as memórias ruins nem são mais tão fortes e eu me pego pensando em você e em tudo que aconteceu. Sim, isso é recorrente [e extremamente assustador].

É, já se passaram anos, mas ainda existe "algo". Algo que eu prefiro deixar de lado, algo do qual fujo tal qual o diabo foge da cruz, algo que ainda não sei se me faz bem ou mal, mas que suponho ser um grande problema.

Ah! Sentimentos são inexplicáveis, sempre difíceis de lidar. Não conheço sequer uma pessoa que não tenha tido problemas com essas peças do grande e complicado quebra-cabeça do coração e da mente.

Só não sei onde foi parar o pensamento racional que por tanto tempo tempo cultivei.
Procuro no meio da minha bagunça mental algo que faça algum sentido, já que as coisas andam caminhando para longe de qualquer lógica.

Sei lá...

De repente é como se eu me visse de novo prestes a completar 18 anos, naquela situação nova em que tudo parecia mágico e colorido, em que eu me via cercada de tantos mimos e o dobro de amor.

O sentimento era de uma princesa que finalmente encontrou seu príncipe. Mas conforme o tempo passa, a gente percebe que sequer teve uma coroa, quanto mais um príncipe ou um castelo com um "felizes para sempre" incluso.

Contos de fada não existem, a gente sabe.

Minha praia tá mais pra um conto de falhas, confusões e dúvidas que ainda me tiram o sono.




domingo, 18 de março de 2012

No céu não tem wii-fi, tem?

A vida é imprevisível e, quando menos esperamos, perdemos pessoas queridas, excepcionais e marcantes. É como Renato Russo já dizia: "Os bons morrem jovens". Acredito que ele não se referia apenas àqueles que se vão com pouca idade literalmente. 

Pra mim, isso quer dizer que os bons de verdade, aqueles que não deixam a real juventude esmorecer dentro de si, partem logo. E isso é de uma tristeza imensurável, já que são exatamente essas pessoas que nós queremos ter por perto, que nos fazem tão bem.

Recentemente um dos caras mais cativantes que já conheci, se foi. Da noite pro dia, do nada. Um acidente, uma fatalidade, algo que ningúem poderia prever. Nem nós, muito menos ele.

E não é assim que funciona a morte? Quase sempre vem sem aviso, sem um "Sexta-feira nos cinemas", ou algo parecido. 

O que eu vou dizer a seguir talvez seja o maior clichê da história, mas também é o mais real: Curtir cada momento como se fosse o último, valorizar quem se tem por perto, já que não sabemos o dia de amanhã. Sim, isso é o que eu tento fazer day by day.

Mas, e depois? E depois que as pessoas se vão? Como lidar com o fato de que deixaram a maior saudade do mundo, corações partidos, momentos pra viver e risadas que não demos juntos? 

Tudo isso é uma grande interrogação constante na minha cabeça. Eu simplesmente perdi?  Isso é tudo?

Só sei de uma coisa, bem que no céu [ou seja lá pra onde todo mundo vai depois daqui] podia ter wii-fi.

Texto em homenagem a:
Sandro (Modeda), Jandira Negrão, José Monteiro e Henrique Vasques.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Avenida Paulista

Com toda essa divulgação em torno do aniversário da minha avenida favorita, e levando em conta toda a minha relação com ela, é óbvio que não vou deixar passar em branco aqui no blog.

Minha história com a mais eclética, linda e iluminada avenida do Brasil começou em 2007 quando, pela primeira vez, pude caminhar por lá e conhecer alguns de seus etabelecimentos mais legais (Sim, demorou um tanto). Foi quando conheci meu primeiro namorado e tomei um sorvete no Center 3 (Ah, como eu era nova e inocente nessa fase da vida).

Era novembro e tudo estava enfeitado e lindo para o Natal, como de costume. Eu tentaria entrar na Cásper no mês seguinte, meu primeiro vestiba da vida, e já começava a idealizar meu trajeto até a faculdade todos os dias, admirando aquele lugar tão curioso e cheio de pessoas apressadas e de arte por todos os lados.

A vida tinha outros planos pra mim e só entrei na Cásper em 2009. Pois bem, de lá pra cá acho que não conseguiria contar quantas vezes já passei, andei ou corri pela Paulista. Cada dia era uma nova surpresa no MASP ou alguma passeata "X" que parava o trânsito e me obrigava a descer do ônibus e ir caminhando até a aula. Sem contar todas as pesquisas que respondi, entrevistas das quais fugi, cenas bizarras e pseudo-artistas que já encontrei (Tipo a Mama Bruschetta. Hahahahaha!).

Me lembro dos primeiros dias de aula, quando eu chegava cedo e ficava na janela da sala só observando o movimento visto de cima, era uma vista maravilhosa. Ainda é, mas por algum motivo, no decorrer dos anos, acabei não valorizando tanto esta localização tão privilegiada.

No fim, o que importa é que ela me acolheu. A Avenida Paulista hoje é minha segunda casa. Um lugar onde eu posso ir a qualquer hora do dia, que sei que vou poder contar com algo interessante ou pelo menos vou me sentir bem, até andando sentido Paraíso pensando na vida.

Ano que vem é meu último na Cásper (E todo mundo sabe o quanto me dói dizer isso), mas com certeza não vou abandonar meu segundo lar (doce lar). Invejo quem mora perto, e tenho ciúmes quando alguém diz que gosta tanto quanto eu. Mas a grande verdade é que a Paulista foi o palco de grandes histórias, e muitos momentos meus.

Parabéns, minha Bela Paulista!

(Antes que pergunte, não foi uma ref. à padaria mais gostosa de São Paulo)


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meu bem, eu sou sincera

Já faz um tempo que venho refletindo sobre a sinceridade.

Porra - Sim, eu uso palavrão como interjeição - se todo mundo busca sinceridade nessa vida, por que diabos eu sofro tanto por exercitá-la? Sério, o que as pessoas querem de verdade? Eu sou daquele tipo que vai te avisar se aquela roupa não caiu bem em você e vou apontar um erro de portugês no seu post do Facebook ou Twitter pagando de intelectual, vou te avisar que aquele seu belisco é, na verdade, um canalha quando você estiver se iludindo, enfim. 

Tive uma criação tão exemplar, que mentir e omitir são quase que inaceitáveis pra mim, sabe como? Não consigo simplesmente fingir ou abafar as coisas, porque o ato de esconder me incomoda um tanto. Não vou ser hipócrita e dizer que nunca menti, mas sabe o lance de "Mentiras sinceras me interessam" do Cazuza?

E é aí que eu concluo que o problema é: Nem sempre as pessoas querem que a verdade seja dita. Elas querem que você diga o que elas querem ouvir e não o que você pensa realmente. Confuso?

A verdade, muitas vezes, exige que você esteja preparado para recebê-la ou aceitá-la e, obviamente, você não está pronto pra isso, porque ela pode machucar. Mas ainda assim fica a questão: O que convém mais, um nocaute imediato do que é real ou porradas que você apenas adia se iludindo longe da verdade e mentindo pra si mesmo? 

Será mesmo? 

Não sei, são apenas devaneios (bem) soltos dos últimos dias. Todo ano nessa época de aniversário eu fico deveras pensativa. Ainda não descobri se isso é bom (Não deve ser, mas tudo bem).

Deixo vocês, corajosos leitores, com essa reflexão.