domingo, 14 de outubro de 2012

A vida não é uma lousa e o tempo não é um apagador.

As lembranças ruins e os maus sentimentos eram tão mais fortes antes. Quero dizer, lembrar de você me dava asco. 

De longe os dois anos com você foram os mais intensos e [de certa forma] insanos da minha vida, isso é inegável. E embora eu tenha tentado e seguido mil conselhos sobre o tempo e blá blá blá, quase nada foi esquecido.

Agora eu fico me perguntando por qual motivo o sentimento feio passou, as memórias ruins nem são mais tão fortes e eu me pego pensando em você e em tudo que aconteceu. Sim, isso é recorrente [e extremamente assustador].

É, já se passaram anos, mas ainda existe "algo". Algo que eu prefiro deixar de lado, algo do qual fujo tal qual o diabo foge da cruz, algo que ainda não sei se me faz bem ou mal, mas que suponho ser um grande problema.

Ah! Sentimentos são inexplicáveis, sempre difíceis de lidar. Não conheço sequer uma pessoa que não tenha tido problemas com essas peças do grande e complicado quebra-cabeça do coração e da mente.

Só não sei onde foi parar o pensamento racional que por tanto tempo tempo cultivei.
Procuro no meio da minha bagunça mental algo que faça algum sentido, já que as coisas andam caminhando para longe de qualquer lógica.

Sei lá...

De repente é como se eu me visse de novo prestes a completar 18 anos, naquela situação nova em que tudo parecia mágico e colorido, em que eu me via cercada de tantos mimos e o dobro de amor.

O sentimento era de uma princesa que finalmente encontrou seu príncipe. Mas conforme o tempo passa, a gente percebe que sequer teve uma coroa, quanto mais um príncipe ou um castelo com um "felizes para sempre" incluso.

Contos de fada não existem, a gente sabe.

Minha praia tá mais pra um conto de falhas, confusões e dúvidas que ainda me tiram o sono.




domingo, 18 de março de 2012

No céu não tem wii-fi, tem?

A vida é imprevisível e, quando menos esperamos, perdemos pessoas queridas, excepcionais e marcantes. É como Renato Russo já dizia: "Os bons morrem jovens". Acredito que ele não se referia apenas àqueles que se vão com pouca idade literalmente. 

Pra mim, isso quer dizer que os bons de verdade, aqueles que não deixam a real juventude esmorecer dentro de si, partem logo. E isso é de uma tristeza imensurável, já que são exatamente essas pessoas que nós queremos ter por perto, que nos fazem tão bem.

Recentemente um dos caras mais cativantes que já conheci, se foi. Da noite pro dia, do nada. Um acidente, uma fatalidade, algo que ningúem poderia prever. Nem nós, muito menos ele.

E não é assim que funciona a morte? Quase sempre vem sem aviso, sem um "Sexta-feira nos cinemas", ou algo parecido. 

O que eu vou dizer a seguir talvez seja o maior clichê da história, mas também é o mais real: Curtir cada momento como se fosse o último, valorizar quem se tem por perto, já que não sabemos o dia de amanhã. Sim, isso é o que eu tento fazer day by day.

Mas, e depois? E depois que as pessoas se vão? Como lidar com o fato de que deixaram a maior saudade do mundo, corações partidos, momentos pra viver e risadas que não demos juntos? 

Tudo isso é uma grande interrogação constante na minha cabeça. Eu simplesmente perdi?  Isso é tudo?

Só sei de uma coisa, bem que no céu [ou seja lá pra onde todo mundo vai depois daqui] podia ter wii-fi.

Texto em homenagem a:
Sandro (Modeda), Jandira Negrão, José Monteiro e Henrique Vasques.